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Visitas a Jardins e Quintas

GREEN GARDENS FEST

Itens

Jardim António Borges

Jardim histórico de Ponta Delgada deve o seu traçado ao paisagista amador António Borges da Câmara Medeiros (1812-1879). O estilo pitoresco com que foi concebido está presente nas grutas e tuneis de pedra vulcânica, nos lagos recortados e na flora variada trazida de Liège, Gante, Paris e Londres. Propriedade da Autarquia de Ponta Delgada desde 1957 o restaurado Jardim António Borges continua a surpreender e encantar.

Jardim de Santana

O jardim e palácio de Sant´Ana testemunham a elegância aristocrática da família Jácome Correia a quem pertenceu durante quatro gerações. Em 1977 passa para a tutela da Região Autónoma dos Açores e desde então é sede da Presidência do Governo Regional. Em frente à fachada neoclássica da casa estende-se o grande parterre marcado pelo formalismo vigente em meados do século XIX, envolvido pelo denso arvoredo de espécies exóticas; para traz fica a horta, a estufa, a pérgula e os terrenos da antiga “quinta” de fruta.

Jardim Botânico José do Canto

O Jardim Botânico José do Canto, com uma área de 5,8 ha no coração de Ponta Delgada, mantém-se na posse dos descendentes de José do Canto (1820 – 1898), o famoso criador do jardim. Tendo reunido uma impressionante coleção de mais de 3000 espécies dos quatro cantos do globo, foi perdendo ao longo dos tempos alguma da sua riqueza florística, mas nem por isso desapareceu o fascínio das grandes arvores e o “verde cerrado e magnético”, que tanto impressionaram Raul Brandão na visita de há um século, a 30 de julho de 1924.

Jardim da Assembleia Legislativa

Instalado numa antiga casa senhorial do “ciclo da laranja”, datada de meados do século XIX, o jardim comporta uma pequena área de jardim formal centrado por um tanque decorativo, uma outra área com canteiros de aromáticas e flores de corte e um relvado na parcela que teria sido de quinta de laranjas enquadrada pelo torreão da laranja datado de 1821. A casa e o jardim são hoje sede em Ponta Delgada da Delegação da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA).

Quinta das Bolas

No Caminho da Abelheira encontra-se a Quinta das Bolas, assim chamada em atenção às esferas que decoraram entradas e passagens no interior do recinto. Com uma área de 3 alqueires, a quinta remonta ao período inicial da produção de ananás, conservando quatro grandes estufas de vidro ainda em produção. Tudo o resto foi desenhado e plantado pela atual proprietária, Sra. D. Lídia Quental há cerca de 60 anos.

Quinta da Bela Vista

A quinta da Bela Vista é um sítio histórico que testemunhou acontecimentos e acolheu personalidades ligadas ao tempo do liberalismo. De então para cá mudou de mãos algumas vezes, mas manteve o charme das grandes quintas de produção e recreio. Propriedade da família Agnelo Borges desde há várias décadas, a quinta foi engrandecida e enriquecida pela mão do Eng.º Luis Manuel Agnelo Borges (1927-2020) e hoje os descendentes orgulham-se de manter o rico património herdado.

Quinta Dr. Vitor Santos

Esta quinta situada na rua da Glória ao Carmo, Livramento, tem uma longa história e recebeu nas últimas décadas o carinho e os cuidados do seu proprietário, Dr. Vitor Santos. Instalada sobre terreno de biscouto nas imediações da praia do Pópulo, a quinta pertenceu ao grande comerciante Nicolau Maria Raposo do Amaral (1770 – 1865) e foi durante longo tempo ocupada com vinha. Dessa preexistência conserva impressivos vestígios das “calçadas” – estruturas em pedra sobrelevadas em forma de paralelepípedos dispostos em linhas paralelas. Os caminhos enchem-se de palmeiras e outras espécies ornamentais e algumas árvores de grande porte.

Quinta da Torre

A Quinta da Torre, nas Capelas, é das raras quintas a manter ruas altas, muros, banquetas, portões e mirante, permitindo remoção e arrumação da pedra em articulação com quarteis e socalcos de cultivo com solo arável trazido nas águas torrenciais do grotelhão que atravessava a quinta. Desde antiga propriedade vinculada nos finais do século XVII, quando se ergueu a construção torreada que lhe dá o nome, até elegante quinta oitocentista, foi-lhe acrescida ao longo do século XVIII capela e edifícios de apoio à atividade agrícola, granel, cavalariças, casa da madeira, fontenário da rua. Extintas administração morgadia e obrigações vinculares, torre e capela puderam ser demolidas iniciando-se em 1864 a edificação da atual habitação ao gosto eclético da época.Atualmente adota o modo de produção biológico com significativas produtividade e sustentabilidade.

Centro Experimental Chá das Sete Cidades

O Centro Experimental de agricultura das Sete Cidades, situado junto à margem nordeste da Lagoa Azul, nas Sete Cidades, tem uma área de 25651 m2 e está integrado no Serviço de Desenvolvimento Agrário de S. Miguel, departamento do Governo Regional dos Açores. O espaço organiza-se segundo a estrutura típica das quintas tradicionais, dividido em parcelas regulares delimitadas por sebes vivas de banksias (Banksia integrifolia), incensos (Pittosporum undulatum), podocarpos (Podocarpus sp.), azáleas (Rhododendron simsii), hortênsias (Hydrangea macrophylla) e camélias ornamentais (Camellia japonica). Entre as culturas instaladas encontram-se figueiras, anoneiras, macieiras, castanheiros, assim como outras culturas tradicionais, avultando a cultura do chá (Camellia sinensis) como a mais representativa. Toda a produção é alvo de observações e registos permanentes e faz-se sem recurso à utilização de químicos. Neste momento decorre o processo de certificação para o Modo de Produção Biológico.

Jardim Pitoresco

Com uma área de 61500m2 e uma forma estreita e comprida tomando a direção de sudeste para noroeste, o Jardim Pitoresco estende-se ao longo da margem poente da Lagoa Azul, freguesia das nas Sete Cidades, no saco formado pela Península, a nascente, e a Ponte dos Regos, a sul. Propriedade privada na posse dos herdeiros de Caetano de Andrade Albuquerque, o Jardim é na verdade a parcela remanescente de uma extensa mata ajardinada plantada no século XIX. Destaca-se o traçado de alamedas longas e curvilíneas envolvidas por espécies exóticas de grande efeito cénico, arbustos e herbáceas em massas de cor vibrante, como as camélias, por entre alguns exemplares da flora nativa; na orla da Lagoa ergue-se a casa dos barcos e os embarcadouros, favorecendo uma ligação franca e lúdica com o plano de água. São ainda visíveis afloramentos rochosos a noroeste e a sudeste, este ultimo escavado com túneis e grutas no talude, conhecido por “pico furado”.

Jardim do Pico Salomão

Situado a norte de Ponta Delgada no promontório do Pico do Salomão, o jardim deriva de uma antiga propriedade britânica comprada nos finais do século XIX por Salomão Bensaúde. No ano de 1929 Vasco Elias Bensaúde (1896 – 1967) e Lilli Rose Éleonore Kann (1904 – 1975) constroem a casa de família, e os jardins com relvados e canteiros de flores anuais entre abrigos de metrosideros (Metrosideros excelsa Gaertner). Nos anos 30 com a ajuda de John McInroy, paisagista escocês que veio ajudar Vasco Bensaude na recuperação do Parque Terra Nostra, refazem-se as bordaduras e canteiros com arranjos em pedra vulcânica, para voltar a colocar essencialmente flores anuais. Mais tarde, nos anos 50, dá-se nova intervenção para a construção de jardins em parterre a sul da casa de família, no cimo de altos muros. Entre os elementos arbóreos destacam-se alguns de grande porte, como dois magníficos exemplares de melaleuca (Melaleuca styphelioides Sm) e um exemplar de Araucaria rulei (Araucaria rulei F. Muell), originária da Nova Caledónia.

Quinta do Bom Despacho

A Quinta do Bom Despacho é um Eco Lodge instalado numa casa senhorial do século XVII que se mantém na mesma família até hoje. Está rodeada por hortas, uma estufa, uma piscina ecológica e várias árvores de fruto. O projeto nasceu entre 2014 e 2015 por iniciativa de duas irmãs, Joana e Susana Borges Coutinho, e é rigorosamente gerido por Joana Borges Coutinho e Jaime Sousa segundo um plano de sustentabilidade com um controlo sistemático de monitorização do impacto da atividade, que já obteve a certificação internacional de sustentabilidade pelo Green Growth 2050 com uma pontuação de 93,7% em mais de 400 critérios.

Parque Urbano

O Parque Urbano de Ponta Delgada, inaugurado em setembro de 2009, com os seus cerca de 20 hectares é o maior espaço verde gerido pela Câmara Municipal de Ponta Delgada. O Parque enquadra-se nos conceitos dos grandes parques urbanos do século XIX e obedece a uma expressão assumidamente naturalista apoiada numa estrutura de caminhos e estadias de desenho informal complementadas com a presença de ruínas fingidas cuja intenção arquitetónica se esbate pela indeterminação das formas que conferem à paisagem um sentido intemporal. O espaço do Parque afirma-se como uma unidade territorial com uma forte identidade própria contraposta ao tecido urbano e viário envolvente. No interior abre-se uma enorme clareira pontuada por composições dos maciços de vegetação e uma bordadura trabalhada com modelações de terreno e cortinas densas de vegetação que garantem interioridade e uma sensação de conforto. Para além dos caminhos e circuitos pedestres, o Parque Urbano está equipado com restaurante e quiosque, instalações sanitárias, parque infantil, parque canino, equipamentos de desporto ao ar livre e uma pump track.

Jardim Mártires da Pátria

O Antigo Largo do Paço recebeu o primeiro ajardinamento pela mão do conde dos Fenais, 3º barão de Fonte Bela (1852 – 1920), com um arranjo de canteiros regulares em volta de três portentosas araucárias (Araucaria heterophylla) e quatro magníficas palmeiras das Canárias (Phoenix canariensis) que ainda subsistem. Em 2001, por iniciativa do Município de Ponta Delgada, o largo foi reaberto depois de uma profunda remodelação que confere a este espaço uma vivência citadina, marcado pela circulação por amplos passeios e suaves escadarias enquadrados por muros baixos e cortinas verdes de Bambus e outros arbustos, conjugando-se com canteiros de herbáceas. Ao centro, destaque para o antigo mictório agora convertido num quiosque explorado pela Associação Largo dos Artistas. O busto de Antero de Quental, réplica em bronze do original concebido por Diogo de Macedo, em 1929, foi aqui colocado depois de ter sido instalado na Avenida Antero de Quental em 16 de outubro de 1991.

Pinhal da Paz

A Reserva Florestal de Recreio do Pinhal da Paz é uma grande floresta naturalizada com 49 hectares, dotada de coleções botânicas temáticas, circuito de manutenção física, um enorme relvado, equipamentos como o Centro de Divulgação Florestal e mesas e grelhadores para piqueniques. Do miradouro do Pico dos Milhafres desfruta-se de uma vista de 360º sobre a ilha. Em 1988 o Governo Regional Açores adquiriu de forma definitiva a propriedade aos descendentes de António Taveira do Canto Brum (1885-1963), o criador do Pinhal da Paz. Pelas suas mãos os chamados “Matos das Criações” converteram-se numa mata ajardinada onde foram plantadas muitas camélias e azáleas, tendo sido aberta ao público em 1958. No ano 2000 é classificada como Reserva Florestal de Recreio do Pinhal da Paz (Decreto Regional n.º 15/2000/A de 21 de junho) depois de uma ampla intervenção de recuperação.